Cyberpunk 2077 Alcança 35 Milhões de Cópias Vendidas: A Maior Redenção da Indústria de Games

Quem diria? Um dos lançamentos mais desastrosos da história dos games — aquele que virou meme, que foi retirado da PlayStation Store, que quase destruiu a reputação da CD Projekt RED — agora ostenta 35 milhões de cópias vendidas. Convenhamos: é uma virada de roteiro que nem os melhores escritores de ficção científica conseguiriam imaginar.

E o mais surpreendente: Cyberpunk 2077 está vendendo mais rápido que The Witcher 3. Sim, aquele The Witcher 3 — a obra-prima que definia a CD Projekt RED antes de tudo desandar.

Enquanto isso, para os fãs da franquia The Witcher, a notícia é menos empolgante. A desenvolvedora confirmou que não apresentará absolutamente nada sobre The Witcher 4 no The Game Awards de dezembro. Nada de trailer cinematográfico, nada de gameplay, nada de promessas.

Destaques Rápidos

• 35 milhões de cópias vendidas em menos de 5 anos
• Superou a velocidade de vendas de The Witcher 3 (que levou 6 anos para atingir 30 milhões)
• The Witcher 4 não aparecerá no The Game Awards 2025
• Lançamento confirmado para depois de 2026 — o que significa 2027 ou além
• Expansões para Switch 2 e Mac ampliaram o alcance do jogo

A Jornada da Redenção: Como Cyberpunk 2077 Virou o Jogo

Dezembro de 2020. Você se lembra?

O caos era generalizado: bugs que transformavam personagens em bonecos distorcidos, crashes constantes, performance deplorável nos consoles. A Sony fez algo praticamente inédito — retirou o jogo da PlayStation Store. Microsoft ofereceu reembolsos sem fazer perguntas. A ação da CD Projekt RED despencou 75% em questão de semanas.

Parecia o fim. A desenvolvedora polonesa, que havia construído uma reputação sólida com a trilogia The Witcher, viu tudo desmoronar em questão de dias.

Mas aqui está a reviravolta: em menos de cinco anos, o jogo não só se recuperou como superou todas as expectativas comerciais. Para você ter uma ideia do tamanho desse feito, The Witcher 3 — considerado por muitos uma obra-prima absoluta do RPG moderno — levou seis anos para atingir 30 milhões de cópias. Cyberpunk 2077 chegou a 35 milhões em tempo menor, apesar de todo o trauma inicial.

É curioso notar que cerca de 1 em cada 3 compradores adquiriu o jogo após as grandes atualizações de 2023. O que nos leva a crer que a versão atual é, efetivamente, um produto diferente daquele lançamento caótico.

A Receita da Recuperação

O que transformou um fracasso em sucesso não foi mágica — foi trabalho metódico e investimento pesado em reabilitação:

Atualizações constantes que não apenas corrigiram bugs superficiais, mas reconstruíram sistemas inteiros do jogo. A IA dos NPCs foi reformulada. A física dos veículos, repensada. O sistema de polícia, completamente redesenhado.

Phantom Liberty chegou em 2023 como uma expansão que muitos críticos consideram superior ao jogo base; uma história de espionagem densa, personagens memoráveis e mecânicas refinadas que demonstravam o que a equipe sempre quis entregar.

Versões otimizadas para PlayStation 5 e Xbox Series X|S que finalmente permitiram ao jogo rodar como deveria — ray tracing funcional, 60fps estáveis, tempos de carregamento que não testam sua paciência.

Expansão de plataformas incluindo adaptações para Switch 2 (via cloud gaming) e Mac, democratizando o acesso e alcançando públicos que antes estavam fora do alcance.

Essa estratégia de suporte pós-lançamento se tornou um case de como recuperar a confiança do público. É como reformar uma casa após um incêndio: demorado, caro, mas o resultado final pode — se você fizer direito — superar o projeto original.

A Evolução de Cyberpunk 2077

The Witcher 4: A Espera Continua (E Vai Demorar)

Agora vem a notícia que muitos fãs não queriam ouvir, mas que, no fim das contas, talvez seja a mais sensata.

Michał Nowakowski, co-CEO da CD Projekt RED, foi direto ao ponto: “Agradecemos a indicação na categoria de Jogo Mais Aguardado, mas alertamos que nenhum projeto do estúdio fará aparições no The Game Awards deste ano.”

Traduzindo do corporatês: não espere trailer, não espere gameplay, não espere nem mesmo um teaser minimalista com o medalhão de lobo aparecendo na névoa. Nada. Zero. O jogo segue em “produção em larga escala”, mas com 2026 já oficialmente descartado como janela de lançamento.

A Declaração Oficial

“The Witcher 4 segue em fase de produção em larga escala, mas ainda sem previsão de lançamento e com 2026 já descartado oficialmente” — Michał Nowakowski, co-CEO CD Projekt RED

O que isso realmente significa? Que a CD Projekt RED aprendeu a lição mais dolorosa da indústria: promessas antecipadas criam expectativas impossíveis. Melhor ficar em silêncio até ter algo concreto para mostrar — algo que realmente represente o produto final.

O Que Muda Para Você?

Se você ainda não jogou Cyberpunk 2077: Este pode ser, ironicamente, o momento ideal. O jogo que existe hoje é completamente diferente daquele lançamento de 2020. Com todas as correções, expansões e otimizações, você terá acesso à visão que os desenvolvedores realmente queriam entregar desde o início.

E os preços? Regularmente em promoção. É possível encontrar a edição completa (jogo base + Phantom Liberty) por valores que fariam sentido até para um título indie.

Se você está esperando The Witcher 4: Prepare-se para uma espera longa — tipo realmente longa. A ausência no The Game Awards não é apenas protocolar; sugere que o desenvolvimento ainda está em estágios onde mostrar qualquer coisa seria prematuro. Considerando que 2026 já foi descartado, estamos falando de 2027 ou, mais realisticamente, 2028.

Mas talvez isso seja bom. Você prefere esperar mais dois ou três anos por um jogo polido, ou repetir o trauma de 2020?

O Impacto no Mercado de Games

O sucesso comercial de Cyberpunk 2077 prova algo que está mudando as regras da indústria: na era digital, um jogo pode se reinventar completamente após o lançamento. Isso não era possível há uma década; uma vez que o disco estava nas prateleiras, aquela era a versão final.

Outros estúdios agora sabem que um lançamento problemático não é necessariamente uma sentença de morte. Com investimento substancial em suporte pós-lançamento e comunicação transparente (ou razoavelmente transparente), é possível recuperar não apenas a confiança do público, mas transformar o desastre em case de sucesso.

Comparativo de Recuperação na Indústria

É importante notar que essa estratégia só funciona quando há recursos financeiros para sustentá-la. Estúdios menores simplesmente não têm essa margem de erro — o que torna o caso de Cyberpunk 2077 tanto excepcional quanto perigoso como precedente.

Vale a Pena Jogar Cyberpunk 2077 em 2025?

A resposta curta: sim, definitivamente.

A resposta longa: depende do que você busca, mas provavelmente ainda é sim.

O jogo atual oferece:

Estabilidade técnica em todas as plataformas principais. Os bugs bizarros que viravam meme? Praticamente extintos. O jogo ainda tem suas peculiaridades ocasionais (é um mundo aberto complexo, afinal), mas nada que quebre a imersão.

Phantom Liberty — uma expansão que muitos críticos consideram melhor que o jogo base. Idris Elba entrega uma performance memorável como Solomon Reed, e a história de espionagem em Dogtown é densa, moralmente ambígua e genuinamente envolvente.

Otimizações visuais que aproveitam o hardware atual. Se você tem uma RTX 4070 ou superior, Night City em ray tracing completo é um dos espetáculos visuais mais impressionantes dos games modernos. Os reflexos nas poças de chuva não são apenas bonitos — são quase fotorrealistas.

Preços acessíveis em promoções frequentes. Durante a Black Friday de 2025, a edição completa estava por menos de US$ 40 em várias plataformas.

Se você tem um PC capaz ou um console de nova geração, Cyberpunk 2077 hoje é o RPG futurista cyberpunk que sempre deveria ter sido desde o início. É denso, é maduro, é tecnicamente ambicioso — e agora, finalmente, é funcional.

O Futuro da CD Projekt RED

Com Cyberpunk 2077 finalmente estabelecido como um sucesso comercial (e não apenas crítico pós-correções), a CD Projekt RED ganhou algo precioso: tempo e recursos para desenvolver The Witcher 4 sem a pressão esmagadora de um lançamento apressado.

A lição aprendida é cristalina: melhor atrasar e entregar um produto polido do que repetir os erros de 2020. Para nós, jogadores, isso significa mais espera — potencialmente anos a mais. Mas também significa, teoricamente, um jogo muito melhor no final.

O silêncio sobre The Witcher 4 não é preocupante; é, na verdade, reconfortante. Demonstra que a empresa aprendeu que hype prematuro cria expectativas impossíveis. Que trailers cinematográficos três anos antes do lançamento geram mais problemas do que benefícios. Que a indústria precisa, desesperadamente, redescobrir a arte de anunciar jogos quando eles estão genuinamente próximos de ficarem prontos.

A marca de 35 milhões de cópias vendidas não é apenas um número para impressionar acionistas — é a prova tangível de que a paciência e o trabalho duro podem transformar até mesmo os maiores fracassos em histórias de sucesso. É a evidência de que a indústria de games, apesar de todos os seus problemas, ainda permite segundas chances quando você está disposto a fazer o trabalho necessário.

Agora é aguardar para ver se The Witcher 4 conseguirá superar essas expectativas quando finalmente chegar às nossas mãos. A pergunta que fica no ar: será que a CD Projekt RED conseguirá acertar de primeira desta vez?